domingo, 22 de julho de 2012



A ditadura dos Pardos (1)

Começo este artigo advertido os incautos – ou até mesmo os mal intencionados – de que o texto é sobre a minha reflexão a cerca de um dos assuntos mais controversos, polêmicos e necessariamente importante: o debate para melhorar a sociedade, a convivência saudável, entre brasileiros.

Não irei me alongar muito nesse 1º, porque, a exemplo dos muitos que escrevi – inéditos - estão incompletos por absoluta falta de tempo, ou porque achei (‘achar’ é neologismo brasileiro, gíria; portanto, pode ser usado a exemplo de outras palavras aceitas, com dois ou mais significados, e consagradas pelo tempo de uso, assim como estrangeirismos - anglicismos etc.) que esses textos deveriam conter mais dados, índices e números (uma tendência moderna dos textos jornalísticos, outra forma de ditadura conceitual da língua escrita). Mas isso é mais adiante... E para esse debate vou trazer meu amigo Orlando, Poeta de Cordel.

Pardo, segundo o dicionário escolar Michaelis “par.do” - (lat pardu) adj 1 De cor entre branco e preto ou de cor entre amarelo e castanho. 2 Mulato. • sm 1 A cor parda. 2 Mulato. Hoje, são 43,2% da população brasileira. Aliás, essa definição lembra-me aquele infeliz título para um filme maravilhoso: “A cor púrpura”.

Segundo a definição do IBGE, pardos são pessoas que se declaram mulatas, caboclas, cafuzas, mamelucas ou mestiças de negro com pessoa de outra raça. No censo de 2005, 43,2% da população nacional se auto-declarou parda. Pera ai, e a mistura de brancos com indígenas: caboclo(a); brancos com negros: mulatos, e negros com indígenas: cafuzo(a)? 

Os mamelucos (da palavra árabe مملوك, plural: مماليك ) eram escravos que geralmente serviam a seus amos como pajens ou criados domésticos, e eventualmente eram usados como soldados pelos califas muçulmanos e pelo Império Otomano para os seus exércitos e que em algumas situações também no Egito detiveram o poder. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mamelucos)

Pois é, o Brasil começou sua ‘corrida étnico-social’ com a miscigenação entre os brancos (caucasianos?) invasores europeus: portugueses, espanhóis, franceses, holandeses - já os imigrantes depois do “descobrimento” não podem ser considerados invasores, com exceção dos espertos holandeses e franceses por curto período (os britânicos eram aliados e até tutores dos portugueses contra a França de Napoleão) - com os antigos e legítimos donos do território brasileiro: os indígenas (vermelhos?) o que resultou na 1ª matiz, matriz do ‘brasilismo’ chamada cabocla (novamente o Michaelis – e não eu – tem uma definição clara para esse vocábulo, ca.bo.clo (tupi kariuóka) sm 1 Indígena brasileiro de cor acobreada. 2 Mestiço de branco com índio. 3 Caipira, sertanejo. • adj 1 Da cor de cobre. 2 Próprio de caipira.

Os mestiços (lat. tardio mixticiu),  aqui no Brasil, são chamados Pardos: etnia formada a partir da junção de três origens: brancos, negros e indígenas. Dizer que dos 43,2% auto-declarados Pardos, a maioria “tem no sangue” a mistura dessas três etnias é piada (não gosto nem admito a palavra raça, já que todos nós: negros, amarelos, brancos, vermelhos etc. pertencemos a Raça Humana!

De acordo com o site Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Raça) a raça é um conceito que obedece diversos parâmetros para classificar diferentes populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características genéticas ou fenotípicas; é comum falar-se das raças de cães ou de outros animais.

A antropologia, entre os séculos XVII e XX, usou igualmente várias classificações de grupos humanos no que é conhecido como "raças humanas" mas, desde que se utilizaram os métodos genéticos para estudar populações humanas, essas classificações e o próprio conceito de "raças humanas" deixaram de ser utilizados, persistindo o uso do termo apenas na política, quando se pede "igualdade racial" ou na legislação quando se fala em "preconceito de raça", como a lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que instituiu, no Brasil, o “Estatuto da Igualdade Racial”. Um conceito alternativo e sinônimo é o de "etnia".

Mas ai é que começa a questão, direcionando-me, agora, a explicar a origem do título deste artigo: “A ditadura dos pardos”. Muito se fala, debate e tem sido motivo de polêmica de polvorosa o uso desse termo. Eu lembro-me que ao prestar um concurso público recente (há uns dois anos aproximadamente) onde tive que preencher um pequeno formulário para ali me qualificar como pardo ou não, cujo objetivo era o de favorecer aos “pardos”, considerados por essa “política de igualdade racial”, socialmente hipossuficientes...

Só o Pelé é negro? E só os moradores das reservas indígenas são índios? Os brancos ou de pele clara (não morenos), são o que, alemães? “- e ai alemão?”

segunda-feira, 16 de julho de 2012

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, 
DE 14 DE JULHO DE 2012, SÁBADO,
 IMPERDÍVEL
publico, aqui, algumas cartas do PAINEL DO LEITOR