terça-feira, 25 de setembro de 2012

DESALIENADOS UNÍ-VOS!


Não sou "apolítico", mas o documento ao lado comprova que tentei pertencer a um partido político do Sistema. Isso também não me torna um Anarquista, porque eu mesmo, embora conheça alguns que se autodenominam "anarquistas", desconheço ou não ouvi falar ou li sobre uma só comunidade pós-moderna que conseguiu se formar segundo os princípios anarquistas da "autogestão" e sem qualquer traço da existência ou formação do Estado.

  Também sou contra o "gigantismo" do Estado socialista ou sua quase completa privatização, no capitalismo! 

Melhor seria que as pessoas, em comunidades, pudessem "tocar a vida" sem a interferência ou subserviência ao Estado. 

Pagamos impostos ao Estado. De alguma forma servimos ao Estado (forças armadas, 'voluntários' para as eleições etc.). E como o Estado nos serve? E para que? Polícia? Hospitais (saúde)? Forças Armadas (amadas?), burocracia?

Estamos em plena campanha eleitoral, período eleitoral, e a maioria dos eleitores - e até mesmo seus parentes que não votam - sequer se dão conta de que gostando ou não de política, votando nesse ou naquele e até anulando o voto (a urna é segura?) ou 'votando' em branco o que muda são os rostos (sempre sorrindo... riem de que?) nos banners e cavaletes, algumas propostas (o papel aceita tudo)... 

Mas no "frigir dos ovos" continuaremos 'escravos' de um Estado que serve aos mais ricos, mais poderosos por meio dos mais fracos e oprimidos!

Liberdade pressupõe nos aliarmos primeiro contra a alienação imposta pelo sistema (a Matrix), sua mídia comprada e corrompida. 


Mudanças de paradigmas: ao invés de futebol, carnaval e mulher gostosa, passemos a gostar de outro esporte menos "dominado", de outras formas de exposição cultural (teatro, por exemplo) e valorizar  todas as mulheres, mesmo que não apresentem as formas descritas e apreciadas por Vinícius de Moraes e tom Jobim.







quinta-feira, 20 de setembro de 2012


EU, VOCÊ E O JORNALISMO...

















Há muito que comentar, criticar. Pois já li que o bom jornalista é aquele que não só noticia. Quem divulga, não é, essencialmente, jornalista. Mas pode ser publicitário, propagandista etc.

Os jornalistas sérios, porém, bem humorados, tem ao longo dos últimos séculos impedido – mesmo com o tributo de suas vidas – uma piora na humanidade. Para cada tirano ou grupo de tiranos, corruptos, um jornalista é uma pedra no sapato.

Alguns  se  tornam “jornalistas” depois de “apanhar” da imprensa por não se precaver antes de seus atos nefandos venham a público (contradições, mentiras, ‘mesadas de políticos’, extorsões, achaques...). Tornam-se, obviamente - devido à expansão do ego, que como um câncer vai evoluindo com a idade - uns mercenários da comunicação. Basta uns conhecimentos, aqui e acolá, principalmente em anos pré-eleitorais para “descolar’ uma grana e bancar um “periódico” (sempre puxando o saco de um ou de outros...)”.

Jornal “oficioso” é o que não falta, e depois do “advento UNAERP”, em Guarujá, parece que o ‘espaço’, o ‘mercado’ publicitário no município ampliou-se... Será que dá para contar nos dedos das mãos quantos “periódicos”, cujos “periodistas” (é assim que os jornalistas  são denominados em toda a América Latrina de língua espanhola)  estão mais para políticos do que para jornalistas? 

Sinceramente, eu gostaria que este ano pelo menos um jornalista (mas se fosse uns três ou quatro seria bom) fosse eleito vereador para a Câmara de Guarujá! Não que ser jornalista – e eu quase sai candidato pelo PSOL ou PT – seja sinônimo de competência, honestidade, coragem, atributos mínimos para quem queira ser vereador ou prefeito em Guarujá, terra da IMPUNIDADE e da corrupção.  Mas estou cansado de ver, na Câmara, policiais, advogados, médicos, engenheiros em sua maioria, dentre outras profissões... Mas, jornalista só na cidade de Santos.

Se a maioria dos jornalistas de nosso município, Guarujá, na ilha de Santo Amaro, não fossem apenas uns meros descansados politiqueiros de ocasião, noticiando ou influindo, negativamente, cujos leitores até chegam a acreditar que uma “matéria” publicada, e por vezes idêntica em um, dois ou mais periódicos, tenha sido colhida por eles, baseada em fatos e não meramente “releases” cuja origem, geralmente, são órgãos públicos...

Há ‘jornalistas e jornalistas’ dirão alguns. Mas, há diferenças gritantes! Primeiro ‘foca’ (principiante) não deveria atrever-se a editar jornal. Para ser editor é necessário experiência de uns dois ou três anos como repórter, noticiarista, redator. 

Editor é quem edita. É quem lê o que o jornalista redator escreveu e aprova ou não, geralmente baseado em critérios prévios que o jornalista ‘empregado’ aceitou antes de ingressar no empreendimento jornal, rádio, TV ou site, internet. Editor é também que coordena a ‘pauta’ (espécie de planejamento prévio. Pois “tempo é dinheiro” na TV e rádio; espaço no jornal impresso, e tempo e espaço na internet (site, blog etc.).

Há muitos jornalistas competentes como Assessores de Imprensa, repórteres, redatores... Porém poucos, muito poucos, são bons editores!

O que noticiar? Aquilo que o leitor quer ler, que gosta de ler, saber ou o que o editor pensa ou determina em sua orientação de pauta? Se você respondeu “o que o leitor gosta de ler” então seu melhor lugar, como jornalista, são as revistinhas de fuxico... 

Se responder o que você determinar ou seu patrão, então melhor é trabalhar para políticos (na sua maioria), empresários, pois aí você vai trabalhar ao lado de publicitários ou fazer às vezes de um deles... 

É preciso ter jogo de cintura e muitas vezes ir contra a correnteza (leia o livro ILUSÕES de Richard Bach). Necessário é ir educando o leitor, abrindo-lhe os olhos semicerrados por uma realidade manipulada. Uma mídia manipuladora. Fazer o leitor pensar.

O que o leitor precisa ler? Depende. Se o leitor está no litoral, como funcionam os órgãos públicos, a balsa, trânsito, a meteorologia, dicas de Turismo, Cultura, Direito do Consumidor, esportes que ele possa praticar e entretenimento, mas também os serviços de saúde, polícia. 

Se o leitor mora no município o que esse precisa é um pouco do que foi mencionado, e mais: lazer durante toda a semana; possíveis greves que afetem sua rotina; esclarecimentos e advertências de órgãos públicos; o funcionamento de certas leis, a criação de outras; enfim tudo o que esse munícipe precise saber para planejar nos fins de semana sua rotina de segunda a sexta. Um exemplo?

Eu não encontro nos semanários locais uma orientação para que eu possa ir com meu pai, pós-sexagenário, ao Estádio Municipal ver um jogo da nossa ADG, mas com segurança se precisar estacionar nosso veículo. Será que há algum micro-ônibus que ‘passe’ em frente ao Estádio? Há esquemas de segurança, como PM e Guarda Municipal (GCM) para nos garantir que não seremos assaltados, no mínimo? E olha que querem o Guarujá como “subsede” na COPA no Brasil!

O que não pode é mentira, pois a ética do jornalista deve ser a mesma do depoente num tribunal: “juro dizer a verdade somente a verdade”, pois se mentir pratica perjúrio e sofre as consequências... 

domingo, 16 de setembro de 2012


Sindicato de Jornalistas denuncia "invasão de mercenários" na profissão


13 de Agosto de 2012, 09:53













Maputo, 13 ago (Lusa) - O secretário-geral do Sindicato de Jornalistas de Moçambique, Eduardo Constantino, denunciou a "invasão de mercenários" no jornalismo moçambicano, "que chegam a cobrar entrevistas, condicionando a sua publicação à troca de valores monetários".

No fim de semana, o sindicato realizou a sexta conferência, que reconduziu Eduardo Constantino para um novo mandato de cinco anos na organização dos jornalistas moçambicanos.


Durante a apresentação do relatório de atividades do último mandato, Eduardo Constantino disse que, em Moçambique, têm aparecido pessoas que se fazem passar por jornalistas, quando não o são.


"Estamos muito preocupados com estas situações porque, em suma, estamos a assistir à invasão da nossa classe por mercenários, que chegam a cobrar entrevistas, condicionando a sua publicação à troca de valores monetários. Não podemos ignorar nem fugir a esta realidade", disse.


Eduardo Constantino denunciou ainda a existência de empresas jornalísticas que não firmam contratos de trabalho escritos, fazem despedimentos sem justa causa e pagam salários em forma de produtos alimentares.


"Encontramos jornalistas que, em resultado dos seus escritos e publicados nos órgãos de informação, são simplesmente abandonados pelas suas entidades patronais quando instados a responder em juízo, como se tais artigos tivessem sido publicados, em jornais do réu.


Estas atitudes violam a Lei de Imprensa, que preconiza solidariedade que deve existir entre o autor do artigo e a entidade empregadora", disse Eduardo Constantino.

Para resolver estes casos, o Sindicato dos Jornalistas (SNJ) tem um Conselho Deontológico que não cumpriu, cabalmente, as suas responsabilidades, reconheceu o secretário-geral do SNJ.


Eduardo Constantino lembrou que o secretariado executivo da organização se viu obrigado a responder em nome do Conselho Deontológico, devido à inoperância daquele órgão.

MMT.Lusa/Fim

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Não resisti a divulgar este excelente trabalho sobre o pensador Rousseau e a natureza


Artigo                 Pág. 6

Conceito de natureza em Rousseau


O pensamento filosófico jamais deixou de se preocupar com as questões do homem em relação à sua permanência no cosmos. Desde o período pré-socrático, quando o homem emerge como senhor da razão, que a filosofia já questionava o afastamento do homem da natureza e a conseqüente desarmonia que isto lhe ocasiona. Desde então o homem tem sido insistentemente intimado através das variadas correntes filosóficas a promover o seu retorno à natureza da qual jamais deveria ter se afastado, causa da qual lhe advém a totalidade dos males. O próprio Homero nos tempos em que os deuses representavam a própria natureza já nos advertia através das palavras sábias de Zeus: ‘’Caso curioso, que os homens nos culpem dos males que sofrem! Pois dizem eles, de nós lhes vão todos os danos, conquanto contra o Destino, por próprias loucuras as dores provoquem...’’(Homero, Odisséia, c. I, v. 30 ).

Para Rousseau, filósofo suíço, nascido em Genebra em 1712, a civilização e a sociedade corrompem o homem, é necessário recorrer ao sentimento, voltar à natureza que é boa. Rousseau entende a natureza como sendo o estado primitivo, originário da humanidade, isto é, entende a no sentido espiritual, como espontaneidade, liberdade contra todo vínculo anti-natural e toda escravidão artificial. Segundo ele a sociedade impõe ao homem uma forma artificial de comportamento que o leva a ignorar as necessidades naturais e os deveres humanos, tornando-o vaidoso e orgulhoso. O homem primitivo entretanto, por viver de acordo com suas necessidades mais legítimas é mais feliz. Ele é auto-suficiente e satisfaz suas necessidades sem grandes sacrifícios daí não sente grandes angústias, através do sentimento inato da piedade ele evita fazer o mal desnecessariamente aos demais.

O homem não deve ser uma máquina em uma sociedade materialista; a liberdade não é apenas um direito, mas um dever imprescindível da natureza humana, que exige também a igualdade entre os homens em virtude de uma natureza comum. Tal natureza humana, sem os males da civilização, seria universalmente fraterna. Um liame capaz de promover a ordem e a coesão não só no plano social bem como no emocional, no espiritual. A própria natureza impõe sacrifícios ao individualismo, pois a natureza humana não é razão é instinto, impulso e sentimento, e a razão se perde quando não a guia o instinto natural.

A natureza do homem, para Rousseau, é a sua liberdade, pois  da disciplina natural das paixões nascem os verdadeiros valores morais: ‘’O estado de natureza caracterizava-se pela suficiência do instinto, o estado de sociedade pela suficiência da razão’’ (Idem, p. 247 ). Os sentimentos naturais levam os homens a servirem o interesse comum, enquanto que a razão impele ao egoísmo; para ser virtuoso basta que o homem siga os sentimentos naturais mais que a razão. Para Rousseau, a natureza não é boa porque algum homem assim o quis, ela é boa por conseqüência de uma ordem necessária na qual não impera a vontade ou os caprichos humanos: a natureza é boa porque É, ou seja, existe .

Logo, de modo algum as leis da razão humana poderá submeter as leis da natureza, pois a legislação racional volta-se exclusivamente à utilidade e a conservação dos homens. As leis da natureza porém, compreendem uma totalidade de outras leis que respeitam a ordem eterna, ou seja, a totalidade da Natureza, onde o homem é apenas uma parte.

Dessa forma, os homens têm sobre a natureza tanto direito quanto poder, porque tem por direito natural, a seu favor, as regras e as leis da natureza em virtude das quais tudo acontece. O que implica ter por dever, seguir as leis da própria natureza, que por conseqüência , é seguir as leis da natureza inteira. Conseqüentemente, a natureza humana não pode agir apenas segundo a razão, mas também pela determinação da sua vontade natural, pois ambas são direitos inerentes que fazem com que o homem permaneça necessariamente em seu ser.

A idéia central no pensamento de Rousseau, se fundamenta na convicção da bondade natural do homem, condição esta que o faz necessariamente feliz. Os percalços da socialização porém, afastaram o homem de si próprio lançando-o contra o seu semelhante. A partir desse embate da convivência social resultam dois conflitos: o que o faz voltar-se para a interioridade, instinto de conservação, amor de si, e o outro contrario que o faz conscientizar-se do outro, piedade. Esta tendência, é o que o leva  a transformar-se em ser social.

É nesse processo de transformação que o homem se degenera. Porque ele abandona seus instintos naturais passando a usar a justiça no lugar da piedade. A partir da socialização o homem torna se senhor da razão, e passa a movimentar a vontade com isso introduz-se o sentido de moral, antes desnecessário, do bom uso da vontade ordenada pelo senso moral o homem poderá chegar ao máximo de suas possibilidades como ser social a partir da escolha do benefício alheio em detrimento do seu próprio, ou se ao contrario escolher apenas a individualidade poderá rebaixar-se ao nível mais inferior na natureza, a animalidade, abaixo daquele nível do qual ele saiu.

Segundo Rousseau, a exacerbação da razão  conduz o homem para fora de si mesmo, o retorno à interioridade se faz pela sublimidade do sentimento, através do qual ele pode elevar-se da sujeição da razão e poder compreender a totalidade da natureza e alcançar o sentido amplo da liberdade através da consciência de sua unidade em relação a totalidade dos semelhantes e a universalidade da natureza. Fora da natureza, mal socializado, o homem se encontra em contradição consigo mesmo, aprendeu a ser hipócrita, o homem do homem, seu próprio lobo, uma criatura encurralada lutando para preservar a própria humanidade. Ao voltar à natureza, nesse caminho de procura o objeto de encontro é o próprio homem que  busca recuperar o sentido autentico do amor de si e da piedade, os dois únicos sentimentos legítimos em seu estado natural.
Assim sendo, no estado natural cada um é senhor de si mesmo  e o direito humano se torna ineficaz quando o direito natural for determinado pelo poder de cada um, pois quanto mais razão para temor o homem tiver, tanto menos poderes e direitos ele terá. Assim, só pode haver direito natural quando houver direito comum baseado numa vontade comum: vontade geral. (Rousseau tratará amplamente da ‘’vontade geral’’ na sua obra, O contrato social, onde trata especificamente dos males advindos ao homem através de uma incorreta socialização).

Desse modo, tudo na natureza é comum de todos, cada um só tem sobre a natureza o direito que lhe confere a lei comum e essas leis são estabelecidas desde sempre, eternas e imutáveis, e como tais devem permanecer pois ao homem não foi dado o direito de desarmonizar esta perfeição. Pois o homem como parte dessa totalidade não é criador, ele é tão somente criatura. Quando um único pensamento, uma  única vontade, une os homens os direitos são comuns, logo tudo deverá ser feito de acordo com a vontade comum pois a isto o homem está necessariamente obrigado.

Como se vê, segundo Rousseau, a socialização é a causa da desnaturação do homem, e o melhor caminho para a sua degradação. A comunhão com a natureza é a única forma de preservação da verdadeira essência do homem. Um retorno ao arquétipo, as origens. Uma transposição da ordem social para a ordem natural que tem como conseqüência a reconquista da verdadeira liberdade e felicidade. ‘’Mas as leis eternas da  natureza e da ordem existem... Elas estão escritas no fundo de seu coração pela consciência e pela razão; é a estas que ele deve sujeitar-se para ser livre... A liberdade não está em nenhuma forma de governo, ela está no coração do homem livre, ele a carrega por toda parte com ele...’’ ( J. J. Rousseau, O. C. , éd. PL., t IV, Émile, p. 857-8, in Gilda N. Maciel de Barros, Platão, Rousseau e o Estado Total, p. 199 ). 
Dalva de Fatima Fulgeri
         Licenciada em Filosofia – PUC/SP


BIBLIOGRAFIA:
Rousseau. Obras, São Paulo: Abril Cultural, 1978Col. Pensadores
Barros, Maciel de, Gilda Naécia. Platão, Rousseau e o Estado Total, São Paulo: T. A. Queiroz Editor, 1995.